ANTES DO FIM DO MUNDO
A poucos instantes do início da
monumental partida protagonizada pelos exímios atletas do
NREAM-SUL/Multimeios/Portal, o ardiloso Fabião urdia sua trama diabólica:
roubaria o Fabinho no par-ou-ímpar e escolheria para seu time todos os melhores
jogadores (mais novos, mais rápidos, mais habilidosos, com menos barriga de
chopp, menos esposas, menos pontes de safena e menos rupturas do ligamento
cruzado anterior do joelho esquerdo). Não adiantou. Na primeira disputa de bola
o zagueirão Carlos mostrou com quantas planilhas se faz uma Coordenação de
Apoio Financeiro – após uma voadora muito bem aplicada no peito do adversário
tratou de aplicar-lhe um belo tapa-nas-ventas. Coisas do jogo, sem qualquer
intenção (esperamos que o corajoso atleta Cléber também pense assim, mesmo
depois de passar o resto da partida incomodado pelos sintomas de labirinto,
náuseas e visão turva).
Sem goleiro, o time dos “véios”
tentava em vão abrir uma vantagem de gols que pudesse nos dar a devida
tranquilidade na metade final da peleja, o que se descortinou como tarefa
inglória na medida em que o jovial time adversário encontrava na figura do
estagiário “Robinho” uma excelente distribuição de bola, ao mesmo tempo em que
o experiente goleiro Fabião (vulgo “grande mestre ninja-zen do corpo fechado”)
tornava difícil nossa tarefa de empurrar a pelota para o fundo das redes por
meio de defesas incríveis, impossíveis, inimagináveis, fantásticas, rabudas, de
peito, de ombro, de pernas, defesas que Tafarel não fez. Era preciso um
milagre.
Lá pelas tantas eis que surge um
entrosamento perfeito: Newtão e Zé Paulo dão tratos à bola de maneira
surpreendente, envolvendo o inimigo para deixar o matador Marcelino (vulgo
Romarinho) à vontade para infernizar a vida do pobre Tiago que tentava a todo
custo protocolar um pedido de descanso. Fabinho corria o que podia e Carlos
batia o quanto era preciso. O jogo esquentava, Robinho driblava, Cleber
tentava, Tiago suava, Marlos se desesperava. Numa medida desesperada, o
pequenino engenheiro arrojou-se ao gol. Esperava conter a derrota iminente
liberando o Fabião para liderar a meia cancha, controlar a zaga, debater-se no
ataque, se bater contra o alambrado. E foi assim que caíram na armadilha. Num
lançamento primoroso de Fabizélia (vulgo Zélio), Fabinho dominou no peito e
tocou num calcanhar meio que de “sem querer”; a bola balançou o capim sintético
no fundo do gol, não sem antes ultrapassar as pernas abertas do indefeso
goleiro que nessas alturas estava amaldiçoando a displicência de Tiaguinho,
cuja maior preocupação no lance não era isolar a gorducha para onde o bico da
ponta da chuteira apontasse, mas protocolar um pedido de skol geladinha.
No
último lance fortuito dessa emocionante partida, Zélio mandou o sarrafo de
longe, muito longe, longe mesmo, encobrindo um goleiro que nessas alturas
ninguém nem mais sabia quem era. Entre mortos e feridos salvaram-se quase todos
(pelo menos os que não ousaram se atravessar no caminho de Carlos, o
intransponível. Abraços à todos e até a próxima sexta-feira de bola e berejas.
Bibliografia do autor
- Fabinho
- Filosofo por descuido
- Jogador de futebol por peserverância
- Amiguinho de todos nós
- Um rapazinho bem bacaninha
Ih pai, e seus 4 gols ?? HAHAHAHA
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