Capitalismo

domingo, 5 de fevereiro de 2017

O QUE É ISSO COMPANHEIRO? (Filme)

HISTÓRIA DE UM BRASIL NUMA CORTINA DE FERRO

          Fernando Gabeira, escritor, jornalista e ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro (1998-2010), nascido em 1941, é mineiro de Juiz de Fora e carioca por opção desde 1963. É pai de duas filhas: Tami e Maya.
Durante a ditadura no Brasil, ingressou na luta armada contra a ditadura militar. Foi preso e exilado.

          Em dez anos de exílio, esteve em vários países. Testemunhou no Chile, em 1973, o golpe militar que derrubou Salvador Allende. Mais tarde, retrataria a queda e o assassinato de Allende em roteiro para a TV sueca. Na Suécia, país onde viveu mais tempo durante o exílio, exerceu desde o jornalismo, principalmente na Rádio Suécia, até a função de condutor de metrô, em Estocolmo. Quando da anistia voltou ao Brasil no final de 1979. Nos anos seguintes, Gabeira dedicou-se a uma intensa produção literária, construindo as primeiras análises críticas da luta armada e impulsionando no Brasil temas como as liberdades individuais e a ecologia. Livros como O que é isso Companheiro e várias outras obras. O Que é Isso Companheiro se transformou em filme. Que foi indicado para o Oscar como de “melhor filme estrangeiro”. 

Isso que fez o Gabeira, vários outros brasileiros, também foram valorosos e  deram sua contribuição para a restauração da democracia no Brasil. Mas, infelizmente outros, foram mortos ou ainda estão desaparecidos. Anônimos e personalidades que lutaram contra a ditadura, para o restabelecimento de nossa Democracia.

          Tanto o filme como o livro retrata uma sociedade brasileira envolta em tempos difíceis para as liberdades individuais. Com a instituição do AI-5. Este momento brasileiro ficaram conhecidos, como "Anos de Chumbo", que é a designação do período mais repressivo da ditadura militar no Brasil, tendo início em 1968 , com a edição do AI-5 em 13 de dezembro daquele ano, até o final do governo Médici, em março de 1974

          O filme pode ser uma ficção, porém é História na medida em que reflete oculta, traduz e manifesta elementos muito além do seu conteúdo. Nesse sentido, o objetivo aqui é pontuar alguns desses elementos, relacionando os com o contexto político-social do período que pretende retratar e os embates de memória do período em que é produzido. A trama gira em torno do sequestro do embaixador norte-americano, Charles Elbrick. 

          A ação foi empreendida pelos grupos revolucionários MR8 e ALN4 , em setembro de 1969, que pretendiam trocá-lo por 15 presos políticos. Podemos observar a “licença poética”. No entanto, os fatos retratados são verídicos  e boa parte dos envolvidos na “história real” têm sua identidade mantida na ficção, assim como as datas, locais e a coesão cronológica desses fatos. 

José Marcelino de Sousa
Professor de História

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: www.historia.uff.br - Abril de 2017 – jms/JMS

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